9, set 2020     Leitura: 4 minutos     por: Óticas Kohls
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Mulheres têm mais risco de perder a visão

Vida longa, stress, variações hormonais e anticoncepcional são os vilões

Mulheres têm mais risco de perder a visão

Mulheres têm o sistema imunológico forte, são resistentes à dor e vivem mais que os homens. Entretanto, alguns fatores devem ser levados com atenção. Isso porque, de acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, a perda da visão é mais frequentes entre elas. O pior é que a deficiência visual está crescendo no mundo todo. Relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que globalmente a cegueira e deficiência visual grave já atingem 2,2 bilhões de pessoas.

Miopia

A boa notícia é que segundo a OMS, mais de um bilhão desses deficientes podem ser recuperados com um simples par de óculos ou pela cirurgia de catarata. Queiroz Neto esclarece que de todos os vícios refrativos, a miopia, dificuldade de enxergar à distância é o que mais cresce. Isso porque, os trabalhos em ambientes fechados e as atividades próximas como usar o celular ou computador favorecem a progressão do grau (veja neste artigo como proteger seus olhos da radiação azul).

O especialista destaca que entre crianças esta evolução pode ser barrada com mais atividades ao ar livre que estimulam a produção da dopamina, um neurotransmissor capaz de interromper o crescimento do olho que caracteriza a miopia. “O uso de telas digitais por crianças deve ser de no máximo, 2 horas ininterruptas” ensina.

Em adultos, a única terapia para interromper a progressão da miopia – que pode causar descolamento da retina e glaucoma se não for barrada – são as lentes de contato noturnas que aplanam a córnea e permitem enxergar bem sem óculos durante o dia.

Vida mais longa e stress

Queiroz Neto ressalta que um dos fatores que provoca maior perda da visão entre mulheres é o envelhecimento. Isso porque este é o principal fator de risco para desenvolver catarata.

Maior causa de cegueira tratável no mundo, a doença torna o cristalino opaco e tem como único tratamento a cirurgia. Consiste em substituir o cristalino por uma lente intraocular transparente. Adiar a cirurgia torna a operação mais perigosa porque dificulta a extração da catarata.

O stress da dupla jornada de trabalho pode antecipar o envelhecimento celular. “Isso porque aumenta a formação de radicais livres que aceleram o envelhecimento”, pondera.

Outra doença decorrente do envelhecimento é a degeneração macular afeta a porção central da retina responsável pela visão de detalhes. Por isso a recomendação do médico é a partir dos 40 anos consultar um oftalmologista anualmente.

Variações hormonais

O médico explica que as variações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual, gestação e menopausa também têm influência na refração e produção do filme lacrimal.

A lágrima, afirma, protege o olho das agressões externas, mantém a lubrificação da porção externa e a transparência da córnea, lente externa do olho. “É por isso que para cada homem temos três mulheres com olho seco. A deficiência severa de lágrima pode causar cicatrizes na córnea, uma importante causa de deficiência visual” comenta.

Anticoncepcional

O médico conta ainda que mais da metade das mulheres diabéticas que chegam ao consultório sem um bom controle da glicemia. Para este grupo, a OMS recomenda interromper a pílula anticoncepcional e só voltar a usar quando o diabetes estiver bem controlado.

Neste período, a recomendação é usar DIU, dispositivo intrauterino, para evitar a perda da visão por alterações na retina. Outro estudo mostra que o uso da pílula anticoncepcional por mais de 10 anos aumenta o risco de contrair glaucoma.

A doença dificulta o escoamento do líquido que preenche o globo ocular e provoca a degeneração das células do nervo óptico que são irrecuperáveis. Por isso, mulheres que já tomam pílula há 10 anos devem consultar o oftalmologista anualmente.

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